segunda-feira, 9 de março de 2015 at 10:30
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sobre métodos anti concepcionais e menstruação
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Ultimamente tenho observado mais comentários sobre a questão da menstruação, talvez porque hoje em dia existam cada vez mais tipos de "absorventes". E eu nem tô falando da campanha fail daquela marca lá com a ex-bbb!
Como leio com frequência a Cosmopolitan americana (ela ainda tem mais noção que a Nova), já conhecia a idéia do copo coletor: um copinho inserido na vagina que "guarda" a menstruação por até 10 ou 12 horas, que você retira para esvaziar e limpar e reutilizar... Por até 10 anos! E parece que ele anda ficando bem popular por aqui no Brasil também. Acho que nossa cultura cristã cria ainda uma barreira contra inserir coisas na vagina, mesmo que seja um "absorvente", mas pelo menos entre minhas amigas vejo que a praticidade tem falado muito mais alto quando se trata de higiene e bem estar.
Eu particularmente sempre odiei menstruar. Não é prático, não é útil e me faz desconfortável. Não gosto de usar absorvente externo, interno me incomoda (da última vez mesmo usando um médio - Tampax - o coitado saiu achatado, sem eu realmente fazer nenhuma força pra que isso acontecesse), as vezes vaza e a idéia de um pedação de algodão, úmido, quente, dentro de mim se parecia mais com bomba relógio biológica do que higiene (há ainda quem diga que existem componentes que fazem com que se menstrue mais, para usar mais absorvente e comprar mais).
Então há aguns anos (e antes da introdução no grande mercado do copo coletor) eu optei por não menstruar. Claro que como pessoa responsável (ou quase) eu também estava (mais) interessada na minha proteção, em cuidar pra não ter uma gravidez indesejada.
Passei por algumas pílulas de 21 dias (antes de perceber que eu não tinha que menstruar só porque minha mãe achava que sim) que me deixavam enlouquecida. Nem lembro as marcas, mas sempre tentei as de baixa composição hormonal. Acontece que sem pílula eu não tenho TPM nem nenhuma grande complicação como cólicas fortes ou espinhas. E com a pílula eu só não tinha as espinhas. Tomava uns meses, parava porque não aguentava, esperava até a próxima consulta com a ginecologista e o ciclo se repetia.
Ai fui tentar a injeção de anticoncepcional, que você pode comprar em qualquer farmácia. Custa o mesmo que uma caixa de pílula, mas tem que tomar injeção. Na bunda. Na farmácia. É uma vez por mês só. Mas e pra lembrar todo mês? Também achei que fiquei ainda mais enlouquecida com esse método. E não corta menstruação.
Uma amiga recomendou uma médica na nossa cidade e ela é otima. Simpática, esclarece dúvidas, não tem tabus, não julga. Falei dos meus problemas e preocupações e ela recomendou uma pílula de 28 dias, ou seja, ininterrupta. Corta a menstruação e não tem perigo de esquecer de tomar certo porque você não pára. O ideal é fazer uma pausa a cada 6 meses.
O Elani 28, a tal pílula, foi uma salvação. Sempre que alguém toca nesse assunto falo pra perguntar pra ginecologista se é recomendável no caso das amigas, porque pra mim deu bem certo. Não sinto efeitos colaterais e a dosagem de hormônio também não é alta.
Mas né, é uma pílula e você tem que lembrar todo dia, na mesma hora, de tomar. Na maior parte do tempo eu até lembro. Mas eu não tenho uma rotina fora do trabalho pra dizer que eu sempre estarei perto da cartela e sóbria pra tomar a pílula todos os dias. Se eu coloco na bolsa, esqueço quando estou em casa (e também sempre troco de bolsa), se deixo na mesa do quarto, não consigo tomar no mesmo horário porque não volto pra casa na mesma hora todo dia. E vira e mexe eu esqueço a cartela quando passo a noite fora (pra viajar, ir pra casa da mãe, das amigas, dos peguetes...). Eu sei, não é muito responsável, mas eu sei que tenho uma barreira porque não gosto de tomar nenhum tipo de comprimido (minha mente faz isso de propósito).
Eu já queria um método mais ininterrupto e permanente quando o pessoal começou a falar de DIU e anel vaginal no trabalho. Até então eu conhecia bem só o implante subcutâneo, então foi bom pra poder comparar.
Descartei a idéia do anel vaginal porque ele é mensal e você tira pra menstruar. Ai existe a possibilidade de esquecer de colocar um novo no dia certo. E os hormônios continuam entrando e circulando no corpo.
Quando fui atrás de uma médica para começar a ver de trocar de método anticoncepcional, escolhi uma médica de São Paulo. Novinha, muito simpática, deu muita informação. Mas era muito claro que ela é do lobby do Mirena. Fez uma super propaganda. E ainda falou mal quando falei do implante subcutâneo.
Tenho interesse no implante subcutâneo há muito tempo, mas sempre soube que não era muito barato. Já tinha sondado uma médica sobre ele, mas na época não tinha condições de pagar (e esse era o tipo de coisa que minha mãe era contra e não ia pagar pra mim). O implante é um filamento pequeno inserido embaixo da pele no antebraço. Ele fica queitinho ali liberando pequenas doses de hormônio por até 5 anos.
Quando adolescente já havia lido sobre o DIU (um filamento em formato de T que é inserido no colo do útero), o dispositivo intra uterino, mas naquela época eles eram mais rústicos e ainda havia um certo tabu sobre ele. Mas agora, obviamente, as coisas mudaram e evoluiram. Entrou na jogada o Mirena, um DIU mais moderno e aparentemente, de maior aceitação. E claro, tem todo o lobby da indústria farmacêutica por trás.
Eu já conhecia o DIU de cobre. Ele é um pouco maior que o Mirena e não tem hormônio. É o cobre que impede que o espermatozóide chegue ao óvulo, e mesmo se isso acontecer, ele também dificulta a implantação do embrião no útero. É uma idéia bem interessant, mas é um dos métodos que eu li que mais causa desconforto no começo, e pode trazer mais problemas (mas nada grave). E não é recomendado para quem não teve filhos.
O Mirena é um DIU de hormônio. Ele atua no útero da mesma forma que o DIU de cobre, impede que o espermatozóide avance e cria uma mucosa no utero que impede a implantação do embrião. Como todos os métodos, não é 100%, mas é o mais seguro contra gravidez indesejada (tirando intervenções cirurgicas).
Procurei minha ginecologista de confiança (a que minha amiga me indicou) e realmente ela falou que tanto o implante quanto o DIU eram métodos muito seguros, que não tinham nenhum problema. A diferença fica por conta do implante liberar hormônio no corpo todo, enquanto o Mirena liberar somente no útero. E no meu caso, meu convênio cobre 100% o custo do DIU e da colocação, enquanto que o implante eu teria que comprar (e está na faixa dos R$ 800 - que se diluídos em pelo menos 3 anos, não é nada).
Eu ainda pensei muito sobre qual método eu deveria escolher. Confesso que tinha um certo apego pela idéia do implante pois é um método que me interessou muito desde a primeira vez que ouvi falar, lá nos idos dos anos 90.
Só que a cada dia eu quero menos ter remédios circulando no meu corpo, até porque agora que descobri o problema no figado, é uma questão de saúde.
Optei pelo Mirena principalmente porque ele libera hormônio só no útero (claro que entendo que uma parte deve cair sim na corrente sanguinea, mas é muito pouco) e é um dos métodos anti concepcionais mais seguros. Em grande parte dos casos, também corta a menstruação. E pra mim sai completamente de graça (minha médica de São Paulo disse que o custo total seria de R$ 2000). Reúne então pra mim as questões mais importantes: uma vez inserido, não preciso mais me preocupar em tomar nada (o anticoncepcional tá lá e não vai sair!), não joga hormônio no organismo, é muito eficaz na contracepção, dura 5 anos e pra mim não vai custar nada.
Claro que nem tudo são flores e eu tive que fazer o pedido para outra médica, indicada pela minha ginecologista, e o pedido leva 1 mês e meio pra chegar. Pedi no fim de janeiro e chegou agora. E essa semana vou lá colocar.
Acho sim que é a mulher que tem que escolher quando vai ter filhos e se quer mesmo ser mãe, então quanto mais informação e opções tivermos para nos proteger enquanto ainda não nos achamos capazes dessa posição, melhor.
Tô sim bem empolgada com essa idéia de não ter que me preocupar pelo menos com gravidez por um bom tempo, apesar de uma leve ansiedade sobre a implantação em si (se vai doer, a partir de quando vai cortar a menstruação por completo).
E é bom lembrar: anticoncepcional previne gravidez, mas não protege de DTS, então é imprescindivel, independente do método anticoncepcional, usar sempre camisinha em todas as relações sexuais.Marcadores: anticoncepcional, camisinha, diu, elani 28, implanon, mirena, pessoal, sexo
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