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quinta-feira, 11 de agosto de 2016 at 10:30
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#beda: mas afinal, o que faz um turismólogo?

Apesar de ter sido uma carreira concorrida na Fuvest na minha época, ainda hoje pouca gente sabe o que é mesmo de verdade que a gente faz.

Na faculdade, minha formação foi "holistica". Tive aulas de patrimônio, de cultura, de ética e legislação, de agência e hotelaria, de economia, finanças e planejamento. O foco mesmo é a pesquisa (como toda a USP), até porque o mercado do turismo não exige formação academica obrigatória.

Entrei na faculdade focada em hotelaria, mas queria usar a oportunidade pra passar por tudo o que fosse possível. Claro que ao longo do tempo fui endo que certas áreas não eram pra mim. Existe o agenciamento, e dentro dele os segmentos de lazer e corporativo. Existe a hospitalidade, que inclui a hotelaria, mas também inclui outros equipamentos ligados ao entretenimento, ou a área de alimentos e bebidas. E claro, a pesquisa e o planejamento, que incluem essaspesquisas que saem no jornal, ou pesquisa que sai em periódico da área. Ou áreas ligadas ao governo, como secretarias, ministérios e orgãos de fomento a atividade. Além de outras como aéreo, cruzeiro e eentos, entre outros,

Eu meio que acabei sempre indo pra agenciamento. É a área que emprega mais e que dá mais oportunidades pra turismólogos. Trabalhei em operadoras pequenas, em agência de intercâmbio e no mercado de luxo. Mas também consegui oportunidade de trabalhar com mobilidade estudantil e hospitalidade, que era a minha meta maior.

O único motivo pelo qual eu não fui definitiamente pra área de hospitalidade e hotelaria é que o turno é 6x1. Eu amo mesmo hospitalidade, mas é difícil ter que sacrificar a vida social pelo trabalho, e ainda mais que não se paga bem em nenhum hotel (fiz estágio em um hotel super pequeno, mas que no fim pagava a mesma coisa que o hotel grande e luxuoso onde eu também fiz entrevista na época).

O que confunde muita gente é que eu trabalhava em uma operadora que também tinha agência. Nesse caso, a gente não só vendia o pacote, como montava ele inteiro, tendo menos intermediários possíveis. O que eu fazia era essa intermediação, entre o local que o passageiro visitaria e o passageiro. Porém não era eu que falava com o passageiro. Nesse caso há uma separação de funções pra maximizar o trabalho de cada um. Ainda bem, porque meu forte não é vender pra consumidor final! Eu passava meu dia montando roteiro personalizado, enviando e-mails pro mundo inteiro, montando tabela e ocasionalmente falando no telefone com os fornecedores, basicamente.

Eu gostei desse trabalho por um tempo, até a pressão de ajudar a vender mais (leia-se, fazer o trabalho mais correndo) começou a pesar e tirar toda a graça da coisa. Eu tive sorte de trabalhar em lugares em que eu recebia muita informação, em que eu sentia que estava aprendendo mais sobre o que eu estaa fazendo sempre, mas uma hora nem todos os benefícios compensavam a realidade do dia a dia da minha posição. Porém ainda existe uma área, que não é diretamente atada a vendas, que eu gostaria de explorar e hoje eu acho que tenho capacidade de faze-lo, que é a área de produtos e desenvolvimento. A área que "cria" a viagem, que descobre os novos rumos das viagens.

A verdade é que no fim das contas, a gente sai achando que a faculdade de Turismo nem deveria existir, deveria ser uma extensão de alguma outra coisa ou então uma pós só, já que aqui no país ninguém leva a sério a área de pesquisas sociais (quando muito dão algum espaço pras "cientificas") e no mundo corporativo não há exigência do diploma.

Mas eu reitero que eu amei fazer faculdade, tá. Só o curso que no fim das contas não fez tanta diferença no meu desenvolvimento técnico (eu poderia ter aprendido a fazer o que eu faço independente da formação).

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Pode me chamar de Vy. Balzaquiana com cara de universitária. Turismóloga de formação. Rodinha não só nos pés, mas no coração também. Introvertida. Blogueira old school.

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