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terça-feira, 30 de agosto de 2016 at 11:34
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#beda: sendo quase atéia

Quando decidi fazer o beda, eu queria ter tido tempo de escrever sobre alguns temas "polemicuzinhos". Mas ai a vida me levou pra outro lado e eu acho que terei outras oportunidades de falar dos assuntos que me interessam.

De qualquer forma, eu tinha visualizado em mente escrever sobre um assunto que toma meu Facebook, porém é algo que me interessa tanto que acho que será apresentado melhor se eu destrincha-lo em vários posts.

Para agora, resolvi escrever sobre algo que me chamou a atenção totalmente sem querer e que teve desses desdobramentos loucos que só nossas mentes podem ter.
Apareceu na minha timeline uma dessas listas despretensiosas do Buzzfeed sobre casos de morte misteriosos. Pra que, né? Por mais que a gente não acredite no sobrenatural, depois de ler coisas sem explicação todo mundo fica impressionado.

O caso que me chamou mais atenção foi o de um grupo de esquiadores russos achados numa trilha de montanha, aparentemente mortos por hipotermia (o caso ocorreu no inverno entre as décadas de 1940 e 1950). Chamou atenção porque as 8 pessoas envolvidas eram esquiadores e exploradores experientes e que carregavam equipamentos muito adequados para o frio e porque não havia ocorrido nenhum desastre natural que pudesse tê-los deixado sem condições de suportar o frio. As investigações chegaram a conclusão que na última noite em que estiveram vivos, algo aconteceu que fez com que eles rasgassem a barraca para fugir em aparente pânico, sem roupas adequadas, até o bosque mais próximo. Como as buscas demoraram a começar, eles não conseguiram sobreviver ao inverno russo e foram achados mortos na floresta.

Muitas hipóteses foram levantadas, a maioria sem fundamento, mas uma que me chamou a atenção, e sobre a qual eu nunca tinha ouvido falar, era a de "pânico induzido por infra som". Infra som é o som que a gente não ouve, porque é muito "baixo". E essa teoria me perturbou muito! Acho que é porque o infra som não é algo difícil de se obter, e eu não sabia que existia uma maneira de isso induzir o pânico no ser humano!

A curiosidade falou mais alto, e depois de relutar em descobrir como isso funciona de verdade, resolvi googlar um pouco pra entender melhor essa coisa de infra som e sua influência no ser humano.

Depois de uma breve explicação, achei uma lista de "usos" e de como o infra som influencia nossas vidas.

O som é uma onda com diferentes frequências. Alguns animais são capazes de ouvir sons que o ser humano não consegue escutar. Os nossos ouvidos só são capazes de captar sons a partir de uma certa frequência,  o que não quer dizer que aqueles que não ouvimos não estejam presentes.

Apesar de não ouvirmos estes infra sons, eles ainda são ondaa que chegam nos nossos cérebros. E são essas ondas que são capazes de influenciar o funcionamento dos nossos cérebros. Trocando em miúdos, o infra som é capaz de manipular o que o nosso cérebro nos mostra.

Depois de pesquisas e análises, chegou-se a conclusão de que não existia possibilidade de os exploradores russos terem sofrido de pânico induzido por infra som e a hipótese que faz mais sentido é de que a região era usada secretamente para treinamentos militares e eles tenham sido vítimas de algum experimento sem querer, e o governo russo jamais admitirá isso.

Continuando com minha pesquisa sobre os efeitos do infra som em humanos, descobri algumas experiências simples que explicavam eventos "sobrenaturais". Desde a aparição de fantasmas, passando por objetos que se movem sozinhos até sons do além, tudo pode ser explicado pela existência de Infra som no ambiente.

O que me leva ao título deste post, finalmente  (ou não).

Fui criada mais ou menos católica numa casa não muito praticante. Fiz primeira comunhão e crisma, além de claro ter sido batizada (com 3 anos, mas tá valendo) e sempre entendi que, crescendo em um país culturalmente cristão, por mais que eu tivesse lido no livro de história que Jesus era um líder comunitário que chamou mais atenção do que deveria na época do império romano, eu não tinha como fugir dessa "espiritualidade". Porém sempre balancei sobre essa questão da religião e da fé, principalmente assistindo a Igreja ser tão criminosa contra o povo quanto qualquer outra instituição política corrupta mundo afora.  Por muito tempo, inclusive, me considerei agnóstica, querendo a maior distância possível de uma organização com a qual eu não concordo.

Um dos meus melhores amigos sempre foi ateu, de família atéia, mas eles sempre foram considerados "excêntricos". Além de tudo, imaginem só, eles eram esquerdistas! E a gente aprende na escola que uma das "maldade" que governos socialistas impuseram quando instalaram o regime tanto na Rússia, quanto na China, foi "proibir" o povo de ter sua religião. O Estado socialista deveria ser o centro de tudo, inclusive de culto. Por muito tempo,  achava que ser ateu era algo muito radical,  e ter um pouco de fé não matava ninguém.

Exceto que as vezes a fé mata sim. Porque infelizmente existe muita gente ruim no mundo que explora a fé alheia sem escrúpulos visando somente seu próprio bem.

Mas além disso, comecei a prestar mais atenção em mim e na evolução do mundo. Comecei a ler e estudar um livro sobre filosofia e a ver que as religiões partem do mesmo processo filosófico de tentar explicar o mundo.  A ciência surgiu da necessidade de provar esses processos filosóficos e, ao analisar a evolução do mundo,  é muito fácil perceber como a ciência veio para ajudar a provar aqui que não entendemos, mas que ela  só consegue avançar a medida que a tecnologia permite.  E a ciência e a tecnologia só avançam se estiverem livres de dogmas  (conceitos imutáveis e inquestionávei).

A partir de então percebi que acredito na ciência, do que é palpável e exemplificavel e provável, e que não me cabe,  racionalmente, ter religião e acreditar em deus, qie nunca pode ser provado, só acreditado.

Mas também não é tão simples assim "desacreditar" em deus.  Eu vejo que a espiritualidade está muito relacionada com as culturas e os hábitos de uma população, não só no Brasil. Inclusive a primeira vez que li sobre essa relação era uma pesquisa feita no Japão, cujos costumes estão tão intrinsecamente relacionados ao budismo. É algo tão natural que os próprios japoneses não se consideravam espiritualizados como o resto do mundo os via. E eu acho que no Brasil é parecido,  talvez o cristianismo não permeia todos os nossos ritos, mas com certeza é parte do nosso imaginário coletivo. Por exemplo, falamos sem pensar em religião coisas como "graças a deus" ou "minha nossa senhora" ou "deus me livre". Eu tento me policiar ao máximo porque não quero passar a mensagem errada ao mundo e porque não quero desrespeitar a crença alheia proferindo coisas sobre as quais não tenho autoridade.

Quem primeiro disse que éramos quase atéias foi uma amiga de ex trabalho com quem me identifico muito. Houve uma época que eu compartilhava muita coisa sobre ateísmo e ela disse que estávamos no caminho, mas ainda não completamente lá. Por mais que eu aceite racionalmente o ceticismo absoluto e entenda que não terei vida após a morte, é difícil de uma hora para outra não pensar que nossos entes queridos que já morreram se foram para todo o sempre, por exemplo. Ou não fazer o sinal da cruz quando está apreensivo.  E sempre escapa um "deus te ouça" sem querer querendo.
Nossa, resolvi rascunhar esse texto a mão e ele já está super longo! Mas tudo o que eu queria explicar é como com o tempo estou me tornando atéia, muito cética,  acreditando que a ciência pode explicar tudo, mesmo quando ela ainda não tem uma explicação para aquilo. Mas essa é a minha crença, não vim aqui tentar convencer ninguém!

Eu só me empolguei um pouquinho com a ciência esses dias e resolvi compartilhar =)

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