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segunda-feira, 17 de abril de 2017 at 10:30
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#euvi: 13 reasons why

Eu ando super por fora dos seriados mais falados da Internet. As coisas soam sempre muito interessantes, mas sofro de uma.preguiça enorme de seguir seriados ultimamente. Quando "13 reasons why" foi anunciada, com a história de que uma adolescente se suicida e deixar 13 fitas gravadas com a suas razões, achei um tema super interessante, mas nem de longe me fez querer pegar o laptop pra abrir a Netflix pra assistir. O que me fez querer ver de verdade foram os comentários ao longo da semana de todo mundo que tava assistindo. Todo mundo falava que era muito boa e que dava uma puta bad. Acho que fui convencida por essa mistura inusitada!


ATENÇÃO: a partir daqui o texto pode conter spoilers! Não me responsabilizo se você ler algo que ainda não assistiu!

Aproveitei uma sexta em que não ia fazer nada e comecei a maratona. Me preparei pra uma jornada emocional brutal, mas não esperava tanto suspense, crescente. Em geral eu evito esse tipo de coisa porque me dá muita ansiedade, mas quando vi já estava absorta na história e não tinha mais volta.

Hannah se suicida e deixa fitas gravadas contando a história do que tinha acontecido na vida dela para ela tomar essa decisão. Ouvimos as fitas junto com o Clay, que tinha um mega crush nela. Logo de cara descobrimos que cada razão é a história da Hannah com uma pessoa diferente da escola.

É uma história sobre jovens que se passa na escola, mas não podemos diminuir como uma história adolescente. O que acontece naquele microcosmos é só um pequeno exemplo do que acontece no mundo, mesmo depois que a gente se forma e ganha carteirinha de adulto.

Hannah não é muito popular, é aluna nova na escola e logo vira alvo de todo tipo de boato. É interessante ver como 1 boato leva a geração de outros, é uma bola de neve! Através das 13 histórias vemos como as nossas experiências tem efeito cumulativo na nossa psiquê, e como ações que parecem isoladas pra quem as toma pode ser a gota d'água na vida do outro.

Hannah não parece ter muita sorte, tudo de ruim acaba acontecendo com ela ou na frente dela. É uma foto inapropriada, é crime, é perda, é acidente... Até um stalker mega creepy ela consegue atrair! Claro que essas coisas ela não procura nem escolhe, são coisas passíveis de acontecer a qualquer um, mas que tomam uma proporção muito maior ao acontecer todas com uma única pessoa e adolescente ainda por cima.

Pelo que via o pessoal comentando, esperava terminar a temporada de cara inchada, mas não foi o que aconteceu. Até agora também não bateu a bad que todo mundo descreveu, mas definitivamente não é um show fácil de digerir.

A princípio vemos dramas de escola de desdobrarem. Boatos sobre a vida sexual dos alunos, namoros que começam e terminam... Vemos como a vida na escola afeta os alunos, mas não tem como não fazer um paralelo com a vida adulta. A gente ganha mais estabilidade emocional, mas quando é que a vida para de ser essa grande high school?

É importante que a protagonista seja uma menina, porque vemos como a sociedade é machista e cruel com o sexo feminino. Parece que nada que a Hannah tente fazer está certo, principalmente depois que a sociedade decide rotula-la de vadia. Todos preferem acreditar em fontes mais "confiáveis" do que ouvir o seu lado da história. Aliás, por isso ela deixa a sua história narrada nas fitas. Depois de morta, ninguém tem como questionar aquilo que ela conta, e ela conta do seu jeito, com a sua verdade.

Do meio pro final a história fica bem tensa, e antes dos episódios aparece um aviso sobre cenas que podem ser traumáticas para algumas pessoas. Graças a deus, por um milagre, as cenas de estupro não me descaralharam muito. Em geral eu tenho dificuldade até de pensar nisso, mas o primeiro episódio que trata disso faz de uma maneira meio "diluída" e prepara o telespectador para o que está por vir. O estupro aparece sem nenhuma censura, é uma cena indigesta, mas necessária. E de certa forma essa primeira história prepara para o estupro em primeira pessoa da narradora, com uma cena ainda mais destruidora, mais crua e revoltante.

Como se não fosse suficientemente revoltante saber que estupro ocorre e o estuprador na maioria das vezes é alguém próximo, o pior é como a vítima é desacreditada e como o estuprador é defendido. Em um dos melhores diálogos da série Ryan chama a atenção da Courtney por ela ser a única menina no grupo e a única pessoa a culpar a vítima e defender o estuprador nessa história.

A série expandiu  a história para mostrar a comunidade e os adultos envolvidos ao fundo, os pais e os professores. Não entendo como todos, desde sempre, sentimos esse encontro de gerações e somos incapazes de perceber o quanto os adolescentes sofrem calados. Seria cômico se não fosse trágico ver como os pais não conseguem se conectar com os filhos e pensar em quão real isso é.

Alguns dos poucos raios de sol que penetram essa história triste é perceber que escolheram um elenco etnicamente diverso sem fazer dos personagens caricatos ou clichê, e como trataram na maior parte com muita naturalidade a questão lgbt. E apesar de tudo de errado que acontece na escola, é um alívio perceber que, apesar da maneira meio torta como ele decide honrar sua palavra, Tony é um dos poucos personagens com o caráter intacto. E que algumas amizades podem ser sim puras. Infelizmente o personagem mais gente boa da história, apesar de não ser principal, o Jeff, morre uma morte estúpida. Mas sempre que ele aparece é um alívio, como se fosse a certeza de que ainda dá pra ter fé na humanidade. Ah, e o namorado fofo do Tony <3 (brasileiro, btw;).

Claro que uma das coisas que mais queria ver e saber era da fita do Clay, que tá lá pro fim, pra manter a gente esperando muito! Inclusive lá pelo meio a gente quase acha que vai ser a dele mas nem é... Mas isso contribui pra preparar melhor o caminho e entender porque o próprio Clay tem medo de escutar o que a Hannah tem a dizer dele. Desde a noite na festa ele não entende o que pode ter feito para que a Hannah o expulsasse do quarto, então ele tinha medo de ouvir dela a verdade.

A série é intercalada de momentos atuais com flashbacks, e para tal eles escolheram deixar as memórias com um filtro mais quente, enquanto que o presente é bem mais frio, em tons azuis, o que ajuda o telespectador a não se perder. Até porque em dado ponto, além dessa alternância, começam a surgir os pesadelos lúcidos do Clay e vira uma bagunça.

Estão falando de uma segunda temporada, acho que estão medindo como é a recepção a essa ideia, e a princípio eu não gostaria de ver se acontecesse, mesmo que eu esteja muito curiosa por todas as pontas soltas que foram deixadas. Acho que se o autor quiser contar em uma entrevista especial o que teria sido dos personagens, ok, mas fazer uma continuação seria esticar a conversa sem necessidade e tirar o sentido maior, que é a história da Hannah.

Tô recomendando a série pra quem me pergunta, mas acho que pais de jovens deveriam assistir com seus filhos e realmente se abrirem pra entender essa geração mais nova. Adultos não devem ser permissivos, mas tem que fazer o esforço de entender os adolescentes e criarem um ambiente acolhedor que dê segurança pro jovem se abrir.

PS: só eu achei o Clay a cara do Charlie em "Perks of being a wallflower"? Eles tem essa coisa de serem calados, não saberem lidar com meninas e fisicamente são muito parecidos! "Perks" é mais meu tipo de história, mas acho que quem gosta de um, gosta de outro! Ah, e menina Nambara mencionou que a voz do Dylan Millete (o Clay) é uma delicinha de ouvir e é mesmo ;)

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