Esses dias me peguei categorizando os filmes que mais gosto e percebi que tenho 2 listas: a dos filmes favoritos, e a dos filmes da vida. E nenhum filme aparece nas 2 ao mesmo tempo.
Meus filmes favoritos são aqueles que eu posso assistir a qualquer hora, que eu vou falar pra qualquer um que eu amo, que são os filmes que me fazem felizes quando eu os assisto.
Já os filmes da minha vida são filmes que mexeram comigo, que me fizeram sentir algo, que me fazem pensar sobre a vida (e que não necessariamente estou pronta para assistir a qualquer momento).
Meus filmes favoritos (ou a trilogia Richard Curtis / Hugh Grant)
Quatro casamentos e um funeral (1994) - Meu primeiro filme do Hugh Grant, que me fez me apaixonar pelo ator e por Londres <3. Conta a história de como Charles se apaixona por Carrie e tem então seu coração despedaçado por ela enquanto se encontram em 4 casamentos e 1 funeral. Peak Hugh Grant! Na época que foi lançado foi uma surpresa, porque os filmes ingleses estavam relegados a filmes de arte ou filmes de época, "Quatro casamentos" veio e mudou isso, colocou os atores ingleses no mapa de Hollywood e deu uma carreira incrível ao Hugh Grant.
Um lugar chamado Notting Hill (1999) - Eu esperei ANOS por esse filme, desde que foi anunciado que o roteirista de "Quatro casamentos" faria outro filme que estrelaria Hugh Grant! Anna Scott é a estrela mais famosa de Hollywood, e num acaso do destino, se envolve com William Thacker, um pacato dono de uma livraria em Notting Hill. Se tem um filme que me enche de esperança (não sei em que), é esse! Mais um pra minha obsessão londrina (sim, fui até a casa da porta azul em Notting Hill!). Também firmou Richard Curtis como o roteirista queridinho das comédias românticas. Notting Hill foi o segundo maior filme daquele verão, só perdeu pra Matrix (que era um filme feito para ser um blockbuster de verão)!
Simplesmente Amor (2003) - Mais uns anos se passaram e Richard Curtis tomou coragem pra escrever e dirigir a comédia romântica das comédias românticas (ele disse que queria escrever sobre todas as histórias de amor que ele tinha em mente). Nas semanas que antecipam o natal, o filme conta várias histórias de amor em Londres, entre dublês de corpo, entregadores de catering e até o premier inglês, que culminam na noite de natal. Um filme que nos deu muitas cenas icônicas, como a cena das plaquinhas, Hugh Grant dançando, uma criança arrasando cantando "All I want for Christmas" e um dos primeiros filmes grandes em que o Rodrigo Santoro tem falas! Sem contar no elenco estreladíssimo, que conta ainda com Colin Firth, uma Keira Kneightley novinha, Liam Neeson e até o Mr Bean! É um filme sobre o amor, sobre esperança, sobre coisas boas. Impossível assistir e não sentir o coração quentinho com o discurso do aeroporto <3
Filmes da vida (que me fazem sentir sentimentos!)
Encontros e Desencontros (2003) - Assisti esse filme pra faculdade uns meses antes de sequer imaginar que um dia pisaria no Japão. E então eu pisei, e tudo fez sentido. Bob é um ator meio esquecido de Hollywood que está em Tokyo para um trabalho e Charlotte é uma moça recém casada que acompanha o marido numa viagem de negócios. As vidas deles se cruzam no bar do Park Hyatt e durante algumas noites insones, eles acham conforto na companhia um do outro numa cidade que é tão estranha. Talvez esse tenha sido o primeiro filme "parado" do qual eu tenha gostado na vida. Um filme tão... Delicado. Talvez o primeiro com o qual eu tenha me identificado tanto, por falar da solidão de estar num lugar onde a gente não pertence e não consegue pertencer. Ainda assim, um dia ainda terei dinheiro para me hospedar no quarto em que eles passam tanto tempo no filme!
A árvore da vida (2011) - Fui ver no cinema apesar de todas as críticas que diziam que era um filme parado, arrastado, chato mesmo. Até hoje eu não sei explicar sobre o que é esse filme. Sobre a vida? Sobre uma família? Sobre o universo? Acompanhamos essa família ordinária, que passa pela guerra do Vietnã, e toda a evolução do universo, do Big Bang, aos dinossauros, ao momento atual. E ainda assim, poucos filmes me impactaram tanto quanto esse. Chorei muito quando vi no cinema, fiquei atordoada pensando nele por muitos dias e até hoje me emociono quando penso sobre ele.
O noivo da minha melhor amiga (2011) - Quando resolvi assistir esse filme achei que seria uma ótima comédia romântica, mas só. Rachel é a garota certinha e boazinha, mas que não se acha muita coisa. Deixa o crush da faculdade para a melhor amiga de infância, porque é isso que Darcy faz, Darcy sempre consegue o que quer, não importa o que os outros pensem. Mas ninguém contava é que Dex, esse crushão da porra, também fosse apaixonado por Rachel. E isso tudo acontece naquele momento de dúvida - a aproximação do casamento e os 30 anos de Rachel. Eu não estava preparada para ter o meu retorno de Saturno jogado com toda a força do créu 5 na minha cara numa história. No filme Rachel tem um momento "meus 30 anos", mas acho que no livro isso é mais explorado. Esse momento de dúvida sobre nós mesmas, sobre os nossos sonhos e nossa realidade. E bem, ajuda que no filme o Dex é essa maravilhosidade do Colin Egglesfield <3.
Me chame pelo seu nome (2017) - Quem me acompanha no Twitter sabe que estou obcecada por esse filme desde o lançamento aqui no Brasil. Num verão na década de 1980, Oliver passa um verão como pesquisador convidado na casa de veraneio dos Pearlman, na Itália, onde se torna a luz dos olhos de Elio, o filho adolescente do professor. Oliver é mais do que uma paixonite de Elio, ele é a epitome dos desejos do menino. Com atuações primorosas, um roteiro adaptado belíssimo, uma direção impecável, #cmbyn é um filme languido, pra ser saboreado a cada mordida. Fala sobre desejo, sobre antecipação, sobre paixão, e principalmente, sobre sofrimento. Não importa que seja um romance entre 2 caras, a história tem algo pra todo mundo que assista o filme. A primeira vez que vi no cinema, sai destruída, como se tivessem arrancado meu coração do peito e feito picadinho. O livro vai além, e consegue ser ainda mais triste. Mas seguindo o famoso discurso do Professor Pearlman, não devemos tentar apagar a dor, pois com ela apagamos a alegria que sentimos anteriormente, e então, apesar do coração partido do fim do filme, assisti outras vezes porque afinal a história de Oliver e Elio é uma linda história de amizade, desejo e amor. E, afinal, quem nunca teve um desses "amores de verão que não sobem a serra", né?
Pode me chamar de Vy. Balzaquiana com cara de universitária. Turismóloga de formação.
Rodinha não só nos pés, mas no coração também. Introvertida. Blogueira old school.