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quarta-feira, 20 de março de 2019 at 10:30
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#euvi: crazy rich asians (asiáticos podres de ricos)

Finalmente. depois de muitos meses, eu vi esse filme!



Com todo o hype nos EUA, eu queria muito ver esse filme desde antes de ser lançado (inclusive comentei dele aqui!), mas confesso que sempre rola uma preguiça de fazer qualquer coisa que exija um mínimo de interação com japoneses, até comprar ingresso pro cinema, e eu acabei não indo ver quando saiu aqui (mais ou menos na época que saiu no Brasil). Daí aqui também não é um lugar muito propício pra baixar filmes ilegamente, além da minha preguiça notória de ter que procurar onde e como fazer isso, haha! Só que numa conversa com umas amigas elas falaram que dava pra ver no Google Play, e eu resolvi um dia deixar de preguiça e ver logo esse filme.

Antes de continuar, pra entender um pouco mais sobre a importância desse filme pra comunidade leste asiática americana (de Américas, e não só EUA), dá uma olhada no canal do Leo Hwan, que fala bastante sobre essa questão de ter ascêndencia leste asiática no ocidente, e fala sobre o filme também (e o quão decepcionante foi a distribuição do filme no Brasil)

Não sei se cabe um spoiler alert aqui depois de tanto tempo, mas vai que tem mais gente na minha vibe bicho preguiça, né? Hahaha!

O filme foi baseado em um livro escrito por um sino-americano, que ficou bastante famoso na época do lançamento. Ele então vendeu os direitos pra Hollywood, e a produção foi guerreira em manter o teor asitático americano da coisa. O livro tem continuação, e a Netflix queria produzir tudo em filme, mas eles escolheram partir pra grandes estúdios por causa da visibilidade. Além disso, não abriram mão de que a protagonista também fosse asiática americana (queriam que ela fosse branca)! Peitaram Hollywood, e deu certo!

CRA é uma comédia romântica, com todos os seus maiores clichês. Menina se apaixona por cara riquíssimo, e quando vai conhecer a família, a mãe super protetora não vai com a cara dela e faz de tudo pra que eles se separem. O cara ainda assim resolve ficar com ela, mas ela não quer separá-lo da família, não sem antes deixar bem claro pra mãe que isso não é uma vitória da mãe e sim uma escolha que ela própria está fazendo por si. No fim, o amor vence e a mãe dá a benção na forma de um anel de noivado maravilhoso. Tudo isso num cenário de muito luxo, glamur e sedução (numa incrível quantidade de homem semi nú por cena)!

Sério, o básico da história é o esqueleto da maioria das comédias românticas que tem por ai, mas contada de uma forma muito boa e encantadora. De qualquer forma, é um filme delicioso de ver, estando por dentro da cultura leste asiática ou não.

(Aliás, notem que tenho que me acostumar a chamar de leste asiático o que engloba chineses, japoneses e sul coreanos. Porque a Ásia é imensa e ainda tem a Tailândia, Vietnã, Filipinas, India, Paquistã, Uzbequistão, Emirados Árabes e tantos outros países onde as pessoas não tem ascêndencia mongol e tem culturas muito diferentes que a gente desconhece - ainda.)

Mas voltando lá na história da importância desse filme, repito o que já disse no outro post: esse é o primeiro filme grande, atual, em VINTE E CINCO ANOS, com elenco principal asiático americano, com uma história recheada de referências leste asiáticas. E que fez um baita sucesso lá nos EUA. Como também falei, a divulgação no Brasil foi pífia, infelizmente, principalmente pra um país com a maior comunidade nikkey no mundo! E elemerece ser assistido e debatido.

Temos a protagonista, Rachel Chu, filha de mãe solteira, professora na NYU. E a julgar pela sua sala, uma patcha professora! Ela é independente e segura de si e, a não ser pelo currículo acadêmico brilhante, não se encaixa em nenhum esteriótipo da mulher asiática quietinha, boazinha e subserviente. Ela tem coração bom, mas não é trouxona.

Temos também um belo desfile e torsos nus masculinos em mais da metade do filme, subvertendo o padrão de só mostrar mulher gostosa semi nua. Uma das roteirista é mulher e ela disse em entrevista que isso foi uma escolha intencional, principalmente para mostrar também que o homem leste asiático não é um nerd pelancudo atrás de um computador num porão. Um dos personagens homens é inclusive apresentado na narrativa só pelo torso molhado no banho!

O filme é bom em mostrar a importância da família e da hierarquia na cultura leste asiática, o respeito pelos mais velhos e as ligações intensas entre pais e filhos. Muita gente acha que leste asiático é frio e calculista, mas não conhece o que é a família na China ou no Japão, por exemplo. A forma de demonstração de amor é diferente, mas ele está lá, principalmente nas famílias imigrantes, numa intensidade que não tem comparativo.

E também tem a lealdade entre os amigos, que fazem de tudo uns pelos outros. Do amigo que arranca o noivo de uma festa locaça de despedida de solteiro até a amiga que empresta um vestido de marca de luxo pra amiga ir no casamento (depois de uma senhora consultoria de imagem com mais assistente que muita celebridade por ai)!

Pra quem nasceu pra ser uma banana (tá lá no trailer!), é muito importante ter um filme que mostra que a gente pode ser aquilo que a gente quiser, independente da nossa cara. É importante ver isso no cinema, ter referência! Eu cresci numa sociedade que ainda se choca quando eu mostro independência, perseverança, e personalidade forte (tô começando a odiar muito essa expressão), e eu queia que tivesse alguém de fora que tivesse me mostrado, desde nova, que isso não era problema e que eu deveria viver como eu bem entendesse, cultivando aquilo que me faz bem e me faz ser quem eu sou, que eu também tenho esse direito!

Chorei nesse filme? Claro, e muito! Principalmente nas cenas com família! Quando a mãe dela chega em Cinapura, nossa! Que saudades da minha T.T. E quando ela dá a vitória no Mah Jong pra mãe do namorado? E quando ele mostra aquele anel ridiculamente maravilhoso no avião? Inclusive nesse momento chorei de soluçar de ver que era aquele anel, mesmo prevendo que poderia acontecer, foi tão importante!

Enfim, assistam esse filme, e reassistam se vocês não viram esses detalhes todos e outros mais! O filme é muito incrível!

Ah, e sobre tocar Yellow, do Coldplay, no fim? O diretor fez questão de que fosse essa música, porque simboliza toda essa questão de ser asiático americano e se aceitar. Foi a cor do vestido da atriz principal no Oscar por causa disso <3

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that would be me. bye!

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Pode me chamar de Vy. Balzaquiana com cara de universitária. Turismóloga de formação. Rodinha não só nos pés, mas no coração também. Introvertida. Blogueira old school.

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