Ufa! Depois de um ano ralando muito e também me preocupando muito, finalmente estou começando a relaxar. Para aqueles que não sabem, eu fui aceita para estudar numa universidade canadense!
Em setembro de 2017 encontrei com a Nani que me contou como tinha feito para conseguir ficar no Canadá. Foi ela que me contou sobre o post graduation work permit que os formados nas instituições canadenses podem solicitar no fim do curso para trabalhar na área em que se formaram. Ela também me motivou bastante, além de dar muita dica, a experiência dela, alguém da minha idade conseguindo realizar o sonho de morar no Canadá, me animou muito e me fez ver que não era tarde para correr atrás do que eu quero.
Em outubro de 2017 fui mandada embora do emprego em que eu estava, com todos os direitos pagos direitinho. Não era uma montanha de dinheiro, mas já era alguma coisa. Desde agosto de 2017 meu irmão já estava no Japão e eu passei quase 1 mês criando coragem pra ir. Quem me conhece há mais tempo sabe que as experiências passadas de morar e trabalhar no Japão não tinham sido das melhores, não foi uma decisão fácil de tomar. Mas em novembro bati o martelo, fui atrás de uma agência e resolvi seguir o meu irmão. (Uma outra hora falo melhor sobre essa decisão e conto tudo aquilo que não tive tempo de contar sobre esse ano por aqui.)
Passei meses, enquanto esperava a aprovação do visto, pesquisando sobre o processo de imigração e as universidades em que poderia estudar. Considerei brevemente ir para Toronto, mas como tenho ligações com Manitoba, resolvi que seguiria para uma instituição em Winnipeg mesmo. O maior critéio foi ela estar na lista de DLI's e dar oportunidade de tirar o pgwp no fim do curso. E ter uma tuition pagável, claro. Obviamente instituições muito conhecidas preenchem muitos requisitos, mas costumam ser mais caras e concorridas. Resolvi não ser óbvia e escolhi a Canadian Mennonite University, que tem só 20 anos de existência, mas parece ter um programa legal e uma comunidade diversa. Como eu já tenho a experiência de ter passado por instituições maiores e reconhecidas, eu não tenho problema em ir para uma outra menor. Não é isso que vai me fazer melhor ou pior aluna, nesse estágio da vida.
Desde de junho de 2018 estou aqui no interior do Japão ralando muito para juntar o dinheiro da tuition. 2018 foi um ano de preparação, e 2019 tem sido um ano mais prático, de pôr a mão na massa.
Em fevereiro fiz minha inscrição pro IELTS, em abril fui pra Osaka fazer a prova, o resultado chegou em 2 semanas, e em maio enviei minha inscrição pro Canadá.
Como sei que muita gente tem dúvida sobre esse processo, vou explicar um pouco melhor.
Para ser elegível para um pgwp, o curso tem que ter duração mínima de 6 meses. O pgwp terá validade pelo mesmo tanto de tempo que seu curso teve. Vale também para pós, que não necessariamente precisa ser stritcu sensu. Eu não escolhi pós porque era bem mais caro e porque eu não quero mais trabalhar na área em que me formei no Brasil. Assim, escolhi um curso que me atrai com duração mínima de 3 anos.
Para essa faculdade que escolhi, o processo seletivo requer inscrição pelo site, por e-mail e por papel. Sim, as 3 coisas! Pelo site você preenche um formulário virtual. Pelo e-mail envia os documentos de apoio e por correio você envia o original desses documentos. O formulário virtual é sobre o candidato, informações básicas, não tem nenhum segredo. Como documentos de apoio, para brasileiros eles exigem um exame de proficiência, que pode ser o IELTS (e acho que o TOEFL) com nota mínima global 7, sem que nenhum dos itens individuais fiquem abaixo de 6, e o histórico escolar (traduzido e juramentado) ou o seu resultado recente do ENEM. Eu enviei meu histórico porque eu prestei o ENEM quando ele foi implantado no país, no ínicio do milênio, HAHAHAHA!
Minha nota no IELTS global foi 8. E eu nem estudei direito! Li algumas dicas, fiz alguns simulados na página oficial, mas perto do que alguns amigos falaram que estudaram, eu não estudei quase nada! Porém tenho fluência na língua desde os 17 anos, trabalhei nos EUA e na Inglaterra, fiz uma parte da minha graduação no Canadá e mesmo no Brasil, meu trabalho exigia que eu usasse muito o inglês, inclusive para resolver problemas! Além do que eu leio muito em inglês, sempre assisto vídeos sem legenda, pratico o ,áximo que posso. Ainda assim, fui muito mal na redação e tirei 5,5. Para pedir reavaliação da nota teria que pagar e enviar de volta a carta com o resultado que eles enviam pelo correio e eu não tinha tempo hábil para isso. Resolvi mandar o resultado mesmo com um item fora dos requisitos e tentar a sorte. Uma vez li que mulheres deixavam de se candidatar a vagas de emprego quando nao preenchiam 100% dos requisitos, enquanto homens tentavam a sorte só com alguns desses requisitos preenchidos e acabavam ficando com as vagas mesmo sendo teoricamente menos capacitados.
Junto com os documentos de apoio, também enviei uma carta de apresentação, a tal da cover letter, que serve para contar um pouco do candidato, suas motivações e planos. Nessa carta eu expliquei que sabia que minha nota da redação estava abaixo dos requisitos, mas que ela não refletia o meu potencial, ainda mais em comparação as outras notas, que foram muito boas, e que eu acreditava que a prática mostraria que eu tenho domínio da lingua para acompanhar o programa. E deu certo! O prazo para a resposta era de 3 a 4 semanas. Antes do fim de maio eu recebi o e-mail de aceitação com os documentos de apoio para solicitação da permissão de estudo junto da embaixada.
Eu ainda tive que renovar meu passaporte, o que atrasou a minha solicitação do visto. Quase todo mundo agora, mesmo com o eta, precisa fornecer a biometria. Fiz a solicitação online, com agendamento de biometria, paguei as taxas e fui (no fim de junho). O exame médico não é obrigatório e só é solicitado, quando for necessário, depois da entrega da biometria. Mas é possível realizar upfront, ou seja, sem a embaixada solicitar. O exame deve ser realizado por um médico credenciado (tem no site da imigração) e o consultório/hospital envia o resultado direto para a embaixada. Para quem mora longe de um consulado ou da embaixada, é uma solução. Claro que custa caro, mas custa mais caro ainda ter que viajar 2 vezes pra realizar todos os passos da inscrição e ainda atrasar a análise do seu caso.
Os consuladdos e embaixadas não atendem mais solicitação de visto diretamente, os centros de visto são responsáveis por recolher os documentos e biometria. No caso do Japão, a embaixada daqui não analisa mais as solicitações, quem o faz é a embaixada das Filipinas.
Uma coisa que não ficou nada claro e que me deu uma dor de cabeça quando cheguei pra biometria é que no site da imigração tem um campo para verificar se você precisa fornecer a biometria, e quando dá que sim, eles dão o link para agendamento. Depois do agendamento, sai um docuemnto confirmando o agendamento, mas além isso, a imigração também tem que fornecer uma carta para entregar no centro, e sem essa carta eles não fazem a biometria por nada! Só que não está claro em momento algum que você tem que esperar essa carta! Eu queria bater na pessoa que me atendeu porque ela não sabia explicar que carta era essa e porque um documento que diz que seu agendamento está confirmado não é suficiente para fazer a biometria. (Em 2013 meu problema com o centro de São Paulo é que eu perguntei sobre prazos, expliquei que precisava do meu passaporte antes da data da chegada no Canadá porque ia viajar pros EUA antes e o passaporte só foi liberado depois que eu entrei em contato com a embaixada em Brasília e fiquei no pé do centro até o dia do meu embarque!!!)
Agora é esperar, rezar, cruzar os dedos, para que tudo corra dentro do prazo que me deram no centro, que é de aproximadamente 4 semanas. A embaixada geralmente dá um parecer em 2 semanas, solicitando o envio do passaporte para que o visto seja dado fisicamente (o centro não fica com o passaporte na biometria), ai enviamos o passaporte e em 2 semanas ele deve retornar. Ou pelo menos é o que me disseram e eu tenho que pensar positivo sobre isso ou eu explodo de ansiedade!
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