Eu sempre tive essa personalidade meio obsessiva. Ou eu invisto um tempo ridículo atrás daquilo que me interessa, ou eu simplesmente cago pros assuntos, não tem meio termo. E geralmente essas coisas acontecem só quando eu de fato tenho tempo. Foi assim que acabei caindo no buraco negro da patinação artística: eu tinha tempo e o assunto estava ali gritando na minha cara (no YouTube).
Na adolescência eu pulava de obsessão em obsessão. Na verdade acho que aconteceu desde antes: eu era muito fã de Polegar lá pelos meus 6 ou 7 anos, depois virei muito fã de Michael Jackson na fase Dangerous, tive uma fase mega pagodeira (Exaltasamba das antigas, Katinguelê com Salgadinho, Karametade...) até achar meu amor definitivo em Backstreet Boys. Sim, definitivo, mesmo que eu tenha fases em que não escuto muito. Porque no fim, eu sempre volto pros meus garotos da rua de trás <3
Mas quem me conhece já me viu passar por uma fase hard de 30 seconds to mars e Foo Fighters. 30 seconds começou com o clipe de "Closer to the edge" e Foo Fighters foi o fatídico Lolla em SP. Também teve a fase da redescoberta de Matchbox 20 (de que sempre gostei) e Goo Goo Dolls (ultimamente estou beeeem desapontada com o que andam criando).
E chegamos a quarentena. Tempo livre de sobra. Tava demorando pra eu achar alguma coisa com que me entreter. Então eis que BTS lança "Dynamite" e eu resolvo dar uma chance pra essa nova boysband.
Eu sempre vou amar pop. É pop eu tô ouvindo. Não me interessa se eu sequer entenda a letra. Se for baladinha então, ganha meu coração. Eu posso zoar, mas não tem nenhum artista pop que eu odeie. Sempre tem uma música que eu curto.
Só que eu já não tenho mais idade pra acompanhar as novidades. Quer dizer, eu ainda sei da maioria das coisas que estão na moda, mas não sou a primeira a descobrir e geralmente não sei muita informação além do básico. Tem gente que eu não sei nem como é a cara.
Mas esse tempo ocioso tá ai pra isso, né? E depois de "Dynamite", cavei um buraco deveras fundo, chegando a assistir alguns vídeos explicando coisas da banda e do fandom. Mas de novo, tô velha. Eu olho SETE pessoas numa banda e nem tento descobrir quem é quem. Eu sei quem é uns... 3 ou 4. De saber qual o rosto do nome. Não sei da onde veem, as idades, nada mais. Ser fã de banda pop é um trabalho bastante intenso, que eu fiz na minha adolescência quando eu tinha plasticidade cerebral pra tal. Hoje em dia eu tenho que ser seletiva com o que eu consigo guardar na memória. E saber o que é um Salchow ou um Axel já tá me demandando capacidade cerebral demais.
Mas olha, eu super entendo o apelo de BTS. Também entendo a loucura do Army. Na minha época era ENGOAL. E lá no futuro, eles vão entender que quando a gente compara BTS a BSB, não é por mal. E a gente também sabe que muita gente carpinou esse caminho antes. Beatles teve que existir para que a sociedade entendesse o poder da fã jovem. Menudos teve que aparecer, pra indústria aprender como fabricar um grupo de sucesso. BSB e 1D consolidaram o poder do pop e mostram as diferentes direções que esses artistas podem tomar (continuar junto não é pra todo mundo, assim como se separar também não é). BTS veio mostrar que diversidade importa sim, que tem força. Cada um tem a sua contribuição pro imaginário pop dos nossos tempos.
Assim como a quarentena, eu ainda tenho muito chão pra galgar nesse buraco negro do k-pop, e provavelmente não vou explorar nem metade, mas tudo bem. A gente tem que saber escolher nossas batalhas.
Como eu disse, eu amo uma baladinha, né? Hehehe...
Pode me chamar de Vy. Balzaquiana com cara de universitária. Turismóloga de formação.
Rodinha não só nos pés, mas no coração também. Introvertida. Blogueira old school.