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quinta-feira, 20 de outubro de 2016 at 15:00
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eterna briga com a comida

Todo mundo uma vez na vida vai tentar fazer uma dieta. De emagrecimento, de engorda, detox... Pra ficar mais bonita, pra ficar mais saudável ou pela curiosidade.

Pra quem me acompanha há mais tempo, sabe que ano passado eu tentei fazer uma dieta meio fail, e depois eu fui seguir outra com a qual acabei me adaptando. Mas ai eu mudei pra Inglaterra e a dieta foi por água abaixo. Voltei pro Brasil determinada a voltar pra dieta, mas depois de 8 meses comendo comida sem graça, foi muito difícil resistir às tentações. E eu não resisti.

Já falei da outra vez e vou contar de novo: eu não tenho uma relação muito saudável com comida.

Incrivelmente não sou dessas que se apoia na comida como conforto sentimental, mas eu nunca comi direito.

Quando eu era bebê minha mãe já achava que eu era muito magra e vivia perguntando pro pediatra o que tinha de errado comigo. O pediatra dizia que estava tudo bem, inclusive me desenvolvi como qualquer outro bebê, mesmo quando resolvi fazer greve de fome (o que não ajudou a convencer minha mãe disso) com menos de 1 ano. Passei a infância a base de suplemento alimentar (óleo de fígado de bacalhau, calcigenol, sustagen... só não tomei biotônico fontoura porque meu pai era farmaceutico e com certeza já sabia que isso fazia mal) porque aparentemente eu não comia o suficiente. E eu era muito chata com comida, comia super poucas coisas, não experimentava nada que eu achasse minimamente diferente (muito embora também não tivesse nenhuma obsessão por junkie food).

Na época da faculdade eu jantava coxinha quase todo dia, na cantina da ECA. Pizza era pelo menos 1x na semana na república. Coca-cola era o nosso combustível. E eu podia comer todo danete que eu quisesse, porque não tinha meu irmão pra roubar escondido da geladeira.

Quando fui pra Disney, ao contrário de quase todo mundo, eu perdi peso. Porque eu economizava na comida pra ter dinheiro pras outras coisas. Mas nada muito drástico. Porém isso deveria ter sido um alerta.

Quando fui pro Japão, sim, eu sabia que podia economizar na comida. Mas nada me preparou pra rotina de lá. E nem pro que aconteceu na minha vida pessoal durante todo esse tempo.

Descobri que sou do tipo de pesso que perde todo o apetite quando tô passando por um momento difícil. Combinado com a obsessão por guardar dinheiro e uma rotina de ficar de pé pelo menos 12h por dia, 7 dias por semana, eu perdi 7kg em 2 meses. O que é muito, porque eu não tinha excesso pra perder (como todo mundo eu gostaria de perder uns 2kg, mas não era exatamente uma necessidade).

Mas com 20 e poucos anos, o metabolismo é mara. Você controla o peso com pouco esforço. Quando cheguei no Canadá, onde eu não tinha que economizar, cheguei a ganhar um pouco de peso, mas foi só eu perceber e ajustar a quantidade a minha fome real que mais do que depressa voltei a um patamar aceitável (mais do que eu tinha quando deixei o Japão, mas ainda assim bem menos do que quando deixei o Brasil).

2 anos depois, voltei a morar com minha mãe pro TCC, e como não saia de casa, não tinha parametro do meu peso. Engordei uns 10kg em 6 meses. Simplesmente porque a comida estava disponível e eu não tinha que me preocupar em guardar dinheiro (afinal, era dinheiro da minha mãe).

Naturalmente acabei perdendo um pouco daquele peso, talvez porque foi uma época que desentoquei, e depois que me formei comecei a trabalhar.

Foi na minha volta a SP que aprendi a comer melhor, a experimentar mais. Só que isso implicou em ter mais opções de comida pra comer.

Hoje em dia eu adoro comer. Como pelo prazer da gula. Posso sair com pessoas diferentes o fim de semana inteiro pra comer em lugares diferentes e eu não vou economizar. Vou comer tudo que tiver vontade. O que pode ser um problema.

Ano passado fui no endócrino e na bioimpedância deu que meu metabolismo é lerdinho. Disso eu já sabia, porque sempre fui muito sedentária. Mas isso implica na menor necessidade de calorias, ou seja, eu preciso comer menos, porque eu gasto pouco (meu metabolismo basal é baixo).

No começo foi difícil, eu tive que passar por um choque pra achar uma dieta que funcionasse pra mim, não porque exista uma fórmula ideal, mas porque eu precisava entender e aceitar essa idéia.

No início, quando meu médico indicou Dukan, eu nem quis saber disso. O problema é que eu não entendia o que era essa dieta. Eu achava que ia só poder carne e ovo, e por mais que eu gostasse disso, eu não queria comer isso. Então achei que tentar uma diea de calorias seria mais vantajoso, pois te dá liberdade de comer mais variadamente. 

Mas ai veio o problema da quantidade. E de ter que anotar tudo o que eu comia. Mas eu tinha que passar por isso pra entender. Pra ver que pra mim essa coisa de contar caloria não ia rolar.

Foi então que comecei a pesquisar mais sobre dieta Dukan e descobri que existem várias fases, e pra conseguir seguir, você tem que começar a entender melhor sobre alimentos e alimentação.

Não vou me aprofundar, mas a questão é que pra qualquer dieta séria, é preciso entender a comida e a sua relação com ela. Eu só pude seguir Dukan entendendo minhas próprias necessidades, entendendo a fundo a proposta da dieta e aceitando que eu tinha fazer aquilo, mas também acreditando que eu era capaz disso.

Minha relação com comida mudou um pouco, mas ainda como só pelo prazer. A diferença é que hoje eu tenho consciência disso, o que faz com que seja menos traumático entrar em dieta. E seja dita a verdade, tem coisas que você só entende quando tem maturidade pra isso, quando está aberta a mudar suas convicções.

Se tem uma coisa que eu vejo em todas as dietas, é que é importante parar de se apoiar em produtos processados, e é importante ter contato com o que se come. Nem todo mundo tem o luxo de poder parar pra cozinhar, mas é importante pra quem pode, fazer isso sim. Eu era péssima de cozinha antes, mas só com prática é possível se aprimorar, em qualquer coisa. Só com prática é possível aprender como a comida se comporta no preparo, como você pode fazer receitas simples e saborosas, o que combina com o que, etc.

Acho sempre importante ler sobre um assunto pra poder entendê-lo, então eu leio e procuro me informar o melhor que posso. Isso não quer dizer que eu faça as melhores escolhas ou as que eu deveria fazer, mas ao menos eu entendo as consequências das minhas escolhas, pra não ficar reclamando depois.

É importante notar que isso tudo é uma escolha sim, mas que é uma escolha pra quem tem o privilégio de ter opções. Já fui dessas de julgar gente que se alimenta mal sem discriminação, mas hoje entendo que existem muitos fatores socio-culturais que influenciam nas escolhas das famílias e não dá pra apontar o dedo pra qualquer um saber o que o outro passa. Digo isso porque pra mim é muito fácil dizer que vai fazer dieta, e escolher que dieta quero fazer, porque eu tenho tempo e dinheiro pra isso. E porque tive o privilégio de ter uma boa formação pra entender como tudo funciona e a importância disso na minha vida. (Acabou de me vir a tona o caso da fit girl que não faz bosta nenhuma da vida além de comer e se exercitar que diz que as pessoas acima do peso ideal são só preguiçosas)

Longe de mim dizer que o que eu faço é o ideal, até porque já disse que faço sim escolhas que eu mesma considero erradas. Vivendo com um vegetariano que virou vegano durante nossa convivência eu sei dos danos do consumo de produtos animais, não só no nosso organismo, mas pro planeta, e sei que estou entre as pessoas que poderia optar por ter uma alimentação mais natural, orgânica e vegana, mas eu tenho minhas razões pra não fazer, assim como ele teve pra eliminar o consumo de insumos animais da vida dele.

Sendo assim, depois de passar meses me refastelando, e de não entrar mais em peças que já estavam apertadas antes mesmo de eu ir viajar, resolvi que é hora de voltar pra dieta. Sei que dieta não é uma coisa pontual na vida, então estou me preparando pra incorporar isso na minha vida a ponto disso deixar de ser um evento extra ordinário na minha vida e passar a fazer parte natural dela. Não vai ser fácil, ainda mais quando você mora com outras pessoas, mas é importante começar e ter determinação. Já não sou mais fanática que não sai da dieta, claro que vai ocorrer deslize aqui e ali, mas algo que aprendi é não perder o foco. Na caminhada da dieta, é normal dar uns topreços, mas o importante é não cair e ficar no chão, e sim levantar e continuar.

Sei que é importante me exercitar também, mas isso é tema pra outro post!

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that would be me. bye!

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Pode me chamar de Vy. Balzaquiana com cara de universitária. Turismóloga de formação. Rodinha não só nos pés, mas no coração também. Introvertida. Blogueira old school.

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