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sexta-feira, 11 de agosto de 2017 at 11:30
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japa é a mãe!

Eu não sei dizer porque ou como, mas sempre fui uma pessoa muito única. Não que eu necessariamente seja diferente de todos, mas me sinto muito individual, muito eu. Entendo a necessidade do grupo, do "a gente", mas no fim do dia, eu sempre fui só eu.

Sempre me incomodou essa coisa de acharem que "japa isso, japa aquilo" e me colocarem num balaio de gatos indiscriminadamente. E isso piorou quando vim pra São Paulo, que tem uma comunidade nipônica muito maior do que na roça

Mas se na roça ninguém olhava pra mim porque eu era japa (e talvez diferente demais pra eles), em SP eu não precisava nem me mover pros caras me notarem, exatamente porque eu era japa.

Depois do estranhamento inicial, isso passou a me incomodar. Quantas vezes na balada não ouvi um "mas eu adoro japa" ou "meu sonho é beijar uma japinha"? Parece que bastava ter olho puxado pro cara dar valor, não precisava de mais nada. Antes de conseguir entender e colocar em palavras, lembro de uma vez me pegar pensando (e tenho certeza de que postei em algum lugar, na longínqua época da faculdade) que nada me garantia que meu (então) namorado não fosse me trocar por qualquer outra japa no universo, que ele achasse tão ou mais bonita, só pelo fato de ser japa.

Outro dia, inclusive, falávamos disso numa roda de amigas. Que ninguém de fora nunca entende isso, que quando as japas falam que essa coisa de "japa lovers" é ruim no nível individual, ninguém compreende como "reserva de mercado" pode ser algo negativo.

Mas é isso, essa coisa de "preferir" as japas faz com que a gente sinta que o cara não esteja nem ai pra personalidade da pessoa, somente para o físico. Que não importa todas as nossas conquistas, o que vale acima de tudo, é uma etnia. A gente não se sente valorizada por ser um indivíduo e parece que o que vale é exatamente aquilo que a gente sequer escolheu ser.

Nesse mundo de swipe left or right, baseado só em aparência, isso é elevado a uma potência absurda. Eu nem saberia dizer quando foi a última vez na vida que fiquei com alguém que não se importava com minha descendência! Até o crush atual já soltou que namorou uma cingaporeana (que tem descendência chinesa)...

Fora que outro dia foi levantada a questão da fetichização do oriental, essa coisa do esteriótipo do comportamento, que, em se tratando de mim, não tem nada a ver!

Quem me conhece sabe que sou muito mais do que essa cara de poucos amigos. Que aqui tem essa calma superficial, mas muita opinião e teimosia. E muita vontade de ser do contra também. Nem eu conseguiria me definir brevemente, que dirá uma ideia arcaica de um grupo étnico!


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that would be me. bye!

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Pode me chamar de Vy. Balzaquiana com cara de universitária. Turismóloga de formação. Rodinha não só nos pés, mas no coração também. Introvertida. Blogueira old school.

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