Como potterhead de carteirinha, não poderia deixar de assistir a mais um
filme com selo da JK Rowling de enredo mágico, né? Afinal, eu me senti órfã, em
2011, quando saiu o último Relíquias, e poder ouvir de novo, no cinema, o tema
da Edwiges acompanhando o logo da Warner, era um sonho...
Confesso que fiquei meio cética quanto a história, ainda mais depois de
Cursed Child, e apesar de demorar 1 semana pra decidir ver no cinema,
finalmente sucumbi e fui. Sozinha.
Se eu deixei de ver algumas animações porque não consegui achar sessão
legendada, pra Animais Fantásticos tava difícil achar sessão 2D. No fim fui ver
3D mesmo por causa do horário, mas já começo dizendo que foi totalmente
desnecessário. Se você puder, economize seu dinheiro e vá numa sessão 2D.
Bom, se ainda existe alguém que não sabe, Animais Fantásticos e
Onde Habitam é um filme sobre o mundo bruxo da JK Rowling. Nele, acompanhamos a
viagem de Newt Scamander, um magizoologista (estudioso de animais mágicos)
inglês, a Nova York, onde, numa confusão, sua maleta mágica que abriga os
animais fantásticos é extraviada e aberta, causando uma pequena confusão na
cidade.
SPOILER ALERT!!! Não passe dessa linha se não quiser saber mais sobre o
filme!!!
Eu consegui fugir por 1 semana inteira sobre qualquer spoiler do filme,
eu realmente não sabia o que esperar, além do que eu contei ali em cima, quando
entrei no cinema.
E já no começo o espectador é bombardeado com menções a Grindewald,
aquele ex-amigo do Dumbledore que o Voldemort vai interrogar pra saber mais
sobre a varinha das varinhas. É tipo uma contextualização sobre a época em que
o filme se passa.
É 1926, entre guerras, e NYC está sendo aterrorizada por “vândalos” que
estão destruindo várias propriedades pela cidade. Logo descobrimos que o
Congresso Americano de Magia, a MACUSA, está investigando os casos, junto (ou
em paralelo) com a polícia “trouxa” local.
E quem viu os traillers já sabe que os americanos não chamam os não
bruxos de “trouxas”, e sim de “no-maj” (não mágicos), o que é bem estranho, mas
eu entendo, afinal, a própria língua inglesa “trouxa” tem tantas diferenças de
cada lado do oceano...
É no meio dessa confusão que Newt se encontra, e todo o imbróglio sobre
a sua maleta não ajuda a facilitar a sua vida e a vida dos nova-iorquinos
(trouxas ou bruxos). Pra piorar a história, tem uma mini seita, fundada por uma
mulher (que poderia ser a versão extrema do tio Walter) que odeia bruxos e quer
que eles sejam banidos da terra (trazendo de volta a história os julgamentos de
Salém, em que pessoas foram queimadas vivas), e pra isso, tenta recrutar
crianças carentes, além de adotar crianças “problemáticas”.
A maleta do Newt não é exatamente a coisa mais segura do mundo, já que
os animais mais espertinhos conseguem abri-la pra fugir, e é claro que isso
acontece. Mas pra piorar a situação, ele PERDE a maleta. E uma ex-aurora acaba
percebendo toda a situação e fica no encalço de Newt, tentando fazer com que
seja julgado, já que, dentro dos EUA, ele está cometendo um crime (nessa época
os bruxos deveriam se esconder ao máximo dos trouxas e qualquer um que deixasse
escapar qualquer traço de magia deveria ser punido).
Mas claro que Newt, sendo o personagem principal da história da JK, não
é um seguidor de regras. E vai se esquivar de sua algoz, principalmente porque
está preocupado com seus animais fugitivos. E já que nada é fácil pra nenhum
herói, ele tem que carregar junto o Jacob, o cara que levou sua maleta embora
por engano e deixou os animais escaparem, e que é um pouco atrapalhado com a
VIDA (além de ser um trouxa meio sem noção de absolutamente nada – mas baum coração,
tá?).
Tudo isso por si só já dá um bom filme, principalmente no que concerne
os animais fantásticos, e eu teria ficado bem feliz se o filme
fosse só sobre a viagem do Newt e sua maleta, mas como eu falei ali em cima,
ainda tem a “coisa” que anda tocando o terror em NYC e a ameaça de Grindewald
(na linha do tempo, ele já brigou com Dumbledore e está tentando dominar o mundo).
Você não precisa ser um gênio pra deduzir que a maluca da mini seita
adota crianças que ela acha que são bruxas pra tentar “exorciza-las” e
“endireitá-las”, e que isso, claro, não pode dar certo. E daí pra deduzir que
quem anda tocando o terror em NYC é um de seus filhos não é difícil. Lá na
MACUSA a ex-aurora esbarra não só na presidenta, mas em um de seus braços
direito, o Mr Graves, que logo é revelado como meio que um agente duplo, com
uns motivos bem obscuros, e pra descobrir a real identidade dele também não é
difícil.
Essas coisas não estragam a história, mas fico pensando que elas tem um
peso bem importante já nessa narrativa, o que pode eclipsar a participação do
Newt na saga... Ou que pode levar a saga a tomar uma curva que fuja da temática
original. A JK já disse que, no termo original, os “animais (monstros)
fantásticos” podem ser não só animais, mas os nossos monstros internos, mas
mesmo assim...
Quanto aos animais do título, pelo menos nesse primeiro filme, eu adorei
conhecer um pouco mais da fauna bruxa, tem cada coisa incrível e linda, ou
mesmo fofa, e me senti meio Jacob quando eles entram na maleta, bem
maravilhada, e gostaria que aparecessem mais animais diferentes ao longo dos
próximos 4 filmes, além do retorno de alguns que já apareceram em Harry Potter.
Eddie Redmayne já é um dos meus atores “novos” queridinhos e ele está
ótimo nesse filme, tem uma coisa de “desabrochar” do personagem ao longo da
história (no sentido de conhecermos ele melhor e ele se mostrar mais “aberto”
com o tempo) e eu espero vê-lo muito na tela!
Jacob a principio parece só ser um alívio cômico, mas o personagem é
genuinamente doce, sensível e fofo. Ele é atrapalhado e um serumaninho sem
noção, mas não achei nada caricato, e no fim, você torce por ele e fica com
vontade de ter uma pessoa coração baum
assim na sua vida. Espero que o personagem volte, nem que seja pra fazer uma
pontinha, nos próximos filmes, e que ele fique mesmo com a Queenie #otp
A única coisa mesmo que me incomodou é a participação do Johnny Depp na
história, porque eu imaginava o personagem dele totalmente diferente. Já vi
gente pedindo pra trocar por Tom Hiddleston, e eu não me oporia a isso. Afinal,
se a gente teve que engolir Michael Gambon que não se deu ao trabalho de
procurar saber mais do seu personagem e fez um Dumbledore totalmente fora de si,
acho que a história não sofreria com essa transfiguração (aliás, JK anda
abusando dessa história de pessoas se transfigurarem em outra sem poção
polissuco – já basta o próprio Harry em Cursed Child!!!). Mas eu sei que, a
menos que ele MORRA, Johnny Depp continua na saga até o fim...
A gente reclama muito, mas no fim, acaba lá que nem trouxa no cinema
pagando o que for pra continuar acompanhando esse mundo mágico.
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